Como está a saúde financeira do seu restaurante? Leia neste artigo a importância de manter o controle financeiro sempre em dia.
Ter as contas na ponta do lápis. Entradas e saídas e uma gestão afinada é a regra para o mercado atual. Para o setor de alimentação esta gestão deve ser ainda mais minuciosa. Célio Salles, conselheiro da Abrasel, destaca que o controle financeiro de um restaurante deve ser feita centavo a centavo.
Para Henrique Baldasso, analista financeiro da Delivery Much, o controle financeiro em dia proporciona um conhecimento mais apurado sobre as finanças do estabelecimento por períodos.
Possibilitando a transparência de informações importantes, como contas a pagar e receber. “Isso dá uma visão do todo, facilita acompanhar a capacidade de compra de insumos e fazer investimentos”, comenta.
Porém na correria do dia a dia, muitas vezes, algumas atividades acabam passando, acumulando problemas e prejudicando o crescimento sustentável das empresas.
Para minimizar estes problemas, neste material você vai ler:
1 – Principais cuidados a serem tomados no controle financeiro
2 – Como fazer um planejamento estratégico financeiro
3 – Fluxo de caixa
4 -Definição de preço
1 – Principais cuidados a serem tomados no controle financeiro
Separe suas contas pessoais das da empresa. Esse cuidado é essencial para a saúde financeira e muitas vezes sobrevivência da empresa.
Embora pareça simples, segundo levantamento da revista Exame, grande parte dos micro-empreendedores cometem o erro. São atitudes simples, como abastecer o carro com o cartão da empresa, que parecem não impactar, mas podem causar muito problemas.
O primeiro deles é criar um passivo tributário com a Receita Federal. Isto é, como são duas entidades diferentes, uma física e outra jurídica, é preciso definir o que é tributado, o que não é (dividendos e pró-labore, por exemplo) e o que é direito de cada caixa (o pessoal e o da empresa).
Em casos de transferências de contas, a receita pode entender que a empresa deixou de pagar imposto sobre os valores depositados diretamente à pessoa física ou que a empresa está fazendo seus pagamentos sem causa para a pessoa física, alterando o cálculo da alíquota do IR (Imposto de Renda) de 35% para 43% na tributação efetiva.
Outro ponto está em confundir receita com lucro. Ou seja, as contas pessoais são pagas com a receita da empresa e não com o lucro dela. O erro é primário e, de acordo com especialistas, responsável pela falência de muitas empresas e desencadeia um terceiro problema: não saber se a empresa é rentável.
Além disso, o gestor financeiro deve estar atento aos prazos de recebimentos e pagamentos de fornecedores para que a liquidez da empresa não seja comprometida e seja necessário recorrer a empréstimos de capital de giro.
Contudo, caso um empréstimo seja necessário, recorrer a créditos para pessoa jurídica possuem linhas de crédito muito mais atrativas que para pessoa física.
O ideal aqui, lembra Baldasso, é ter um controle financeiro organizado e em dia.
2 – Como fazer um planejamento estratégico financeiro
Coloque sua história na mesa. Assim você deve começar a pensar no seu planejamento estratégico. Baldasso destaca ser necessário além do seu histórico levantar informações de mercado como inflação e crescimento de mercado.
Com isso em mãos, o gestor deve estabelecer um planejamento anual e acompanhar o que foi planejado e realizado mês a mês. É importante ficar atento a indicadores de receita e despesas de cada período e fazer projeções considerando indicadores econômicos relacionados ao negócio.
Além disso, é preciso validar se o preço de venda está alinhado à realidade do mercado e ao custo dos insumos. “Outro ponto importante que deve ser observado é a reserva de um capital de giro para pagamento de contas”, enfatiza Baldasso e completa: “esse planejamento não deve ser rígido, pelo contrário, com base na sua implementação o gestor pode e deve realizar ajustes”.
3 – Fluxo de caixa
Aqui a palavra chave é: capital de giro. O gestor precisa estar atento às contas da empresa e conhecer o prazo médio de recebimento de clientes – no caso de um restaurante, pode ser diário, mas em alguns casos, semanal ou mensal – e o prazo para pagamentos de fornecedores.
Com isso, explica Baldasso, é possível planejar o capital de giro necessário para o pagamento das contas. E entender qual o prazo de pagamento que pode ser dado aos clientes e os melhores períodos para efetuar investimentos.
Na prática, o que deve ser feito é acompanhar diariamente entradas e saídas e em caso de divergência agir sobre o problema no mesmo dia.
Esse acompanhamento pode ser feito com um planilha de controle de caixa – não tem uma baixe aqui -, porém ela precisa ser completa. Ou seja, os registros precisam conter datas, valores e descrição de cada atividade e prioritariamente devem ser feitos diariamente.
4 – Definição de preço
Se você separou suas contas – empresarial e pessoal -, montou seu planejamento estratégico e tem pleno conhecimento sobre o fluxo de caixa do seu restaurante, agora é preciso estipular o preço de venda.
Esse processo começa como mencionamos acima com dados históricos seus e do mercado. O valor a ser estipulado precisa ser suficiente para cobrir as despesas e ter uma margem de lucro.
Definir um valor adequado do ponto de vista estratégico, pode significar um maior alcance de mercado. Do ponto de vista financeiro, essa definição pode determinar a viabilidade de um negócio.
Uma dica prática na hora da composição do preço é ter em mãos o controle financeiro sempre atualizado. Isso possibilita que você compreenda o custo total de um produto e consiga estipular o quanto é preciso para gerar receita.
Além disso, é possível definir o preço também com base nos concorrentes e reforça: “o ideal é que o gestor conheça os custos envolvidos na preparação do produto e estabeleça um percentual de lucro, que deve cobrir também, outras despesas do estabelecimento”.
Concluindo, o controle financeiro é uma ferramenta essencial para a viabilidade e crescimento sustentável do negócio. Se você ainda têm dúvidas sobre processos de gestão, escreva-as nos comentários que vamos respondê-las. E se você ainda não tem uma planilha de Controle de Fluxo de Caixa, baixe o modelo grátis aqui: