O empreendedorismo feminino é um assunto que está ganhando cada vez mais visibilidade. O potente protagonismo das mulheres na sociedade é sentido em diversos setores no nosso país, e no meio empresarial isso não é diferente.
texto de Mariana Cervi
Só para se ter uma ideia, as mulheres chefiam mais da metade dos negócios brasileiros. É o que indicou a Rede Mulher Empreendedora, em 2017: a cada 100 empresas abertas no Brasil, 52 têm elas na liderança.
E quando o assunto é o ramo de franquias, a curva feminina na mudança dos negócios tem destaque. No Brasil, quanto mais nova a franqueadora, maior é a presença de mulheres em cargos de decisão. Em redes com até cinco anos, 40% das funções executivas são desempenhadas por mulheres. Isso é que o mostrou o estudo “Liderança Feminina no Franchising”, lançado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2015.
Mas, apesar dessas significativas transformações, ainda há muito o que ser melhorado quando pensamos na liderança das mulheres. Neste post, vamos falar sobre empreendedorismo feminino e a relação desse assunto com as mulheres no franchising.
1 – As mulheres e o trabalho
2 – As mulheres no franchising: pioneirismo e visão de futuro
3 – Os números do empreendedorismo feminino no Brasil
4 – A força feminina na Delivery Much
As mulheres e o trabalho
Além do voto feminino, conquistado pela primeira vez em 1920, no Estados Unidos, através da luta das mulheres por direitos iguais, muitas outras vitórias já foram alcançadas, dentre elas, a entrada da mulher no mercado de trabalho. Porém, grande parte das trabalhadoras ainda são mal remuneradas, mais propensas a sofrerem assédio nas empresas e têm menos oportunidades para postos valorizados.
Em contrapartida, as mulheres sempre trabalharam muito. Historicamente, a parte feminina da população sempre foi a principal responsável pelo cuidado dos filhos e pela limpeza e manutenção dos lares. Fatores como esses impediram que as mulheres tivessem acesso a estudo e capacitação e tempo para se dedicar à vida profissional.
Por muito tempo, então, o mercado de trabalho esteve distante do lado feminino. E como se isso já não bastasse, a cultura machista da sociedade foi e ainda é responsável por diversas incoerências, como a desigualdade de salários — no Brasil, as mulheres ganham 22,5% menos que os homens. Porém, a corajosa movimentação feminista estimulou uma série de transformações sociais, especialmente da metade do século XX em diante.
As mulheres no franchising: pioneirismo e visão de futuro
O pioneirismo criativo das mulheres empreendedoras está conectado com a história do franchising. A mais antiga rede de franquias de serviços do mundo foi criada por uma mulher: Martha Matilda Harper.
Em 1891, Harper abriu um salão de beleza em Nova York. Seus métodos ficaram famosos rápido, em especial pelos inovadores produtos de cuidados com a pele e os cabelos. Devido à procura de diversas mulheres, Harper começou a ensinar suas técnicas mediante um contrato de franchising.
Através de treinamentos, as mulheres aprovadas ganhavam o direito de explorar com exclusividade determinadas regiões, usando e vendendo os cosméticos Harper’s. Em 1920, a rede chegou a ter mais de 500 unidades espalhadas pelos Estados Unidos, Alemanha e Escócia. O formato atual de atuação das franquias, usado no mundo todo, carrega muitos princípios criados por Martha Matilda Harper.
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Aqui no Brasil, onde o setor de franchising ganhou força nos anos 1980 e se tornou um destaque no universo empreendedor, existem várias marcas bem-sucedidas que são frutos do empreendedorismo feminino. Alguns exemplos disso são as conhecidas franquias Anna Pegova, Onodera, MMartan, Giolaser, Sodiê Bolos, Experimento Intercâmbio Cultural e Big X Picanha.
E mesmo a presença feminina não sendo predominante em cargos executivos nas franquias, a movimentação das mulheres está forte no setor na última década. Conforme o levantamento da ABF, “Lideranças Femininas no Franchising”, 12% das redes tem liderança exclusivamente feita por mulheres.
Quanto à representatividade formal no setor, apesar de a atual gestão da ABF ser de maioria masculina, existem três diretoras compondo o grupo nacional, além de uma conselheira, uma presidente seccional e duas diretoras regionais.
Os números do empreendedorismo feminino no Brasil
A crescente escolarização, a abertura do mercado de trabalho, o maior acesso à informação e a ampla oferta de métodos contraceptivos são alguns fatores que revolucionaram a vida das mulheres, garantindo a elas mais liberdade e poder de decisão. Tantas mudanças impactaram significativamente os negócios do Brasil: em 2014, eram 7,9 milhões de empresárias no país.
E mesmo que a presença delas na liderança de empresas tenha sido tímida por muito tempo, a tendência é que essa realidade mude cada vez mais. Hoje, as mulheres são uma potência empreendedora do Brasil. Segundo o relatório de 2017 da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), as mulheres brasileiras são maioria entre os novos empreendedores e totalizam 24 milhões de pessoas.
Já segundo o Índice de Mulheres Empreendedoras, lançado pela Mastercard, em 2017, o nosso país é o sexto que mais avança no empreendedorismo feminino. Além disso, a análise mostrou que as empreendedoras brasileiras, apesar de assumirem apenas 38,4% de cargos de liderança, têm mais acesso à educação de nível superior que os homens.
Por fim, a pesquisa “Empreendedoras e Seus Negócios”, conduzida no Brasil, em 2017, pela RME, indica que as mulheres buscam, no empreendedorismo:
- sucesso;
- melhor qualidade de vida;
- conciliação entre trabalho e família.
A força feminina na Delivery Much
Atualmente, a Delivery Much conta com 30% de mulheres em sua rede. Muitas delas são responsáveis diretas por unidades – há até mesmo franqueadas que administram mais de duas franquias. E também são várias as profissionais responsáveis por áreas operacionais e de divulgação e gestão da marca.
Apesar de a participação das mulheres ainda não atingir o mesmo percentual dos homens, buscamos constantemente fortalecer o empreendedorismo feminino dentro da empresa.
No mês do Dia Internacional da Mulher de 2018, gravamos depoimentos de mulheres da rede para conhecer a vivência delas no empreendedorismo do dia a dia. O sonho de ter um negócio próprio, a necessidade de criar, a iniciativa para gerir, a importância das mulheres, a mudança de padrões empresariais e culturais, o olhar empreendedor, a desconstrução de barreiras e a coragem para seguir adiante foram algumas das principais características observadas.
“Acho que a mulher precisa sempre mesmo continuar buscando mais espaço, porque nós somos importantes. Eu acho que é essencial ter a mulher no mercado de trabalho, ter a mulher na empresa, ter a mulher como empreendedora ”
Gisele Balconi de Moraes , franqueada da Delivery Much de São Roque/SP
Mais que um empreendimento bem-sucedido, a busca por equidade entre homens e mulheres no mercado e na sociedade é por transformação. Criar espaços para o empreendedorismo feminino e fortalecer a busca por igualdade de gênero e condições de vida mais justas é necessário. E quando falamos de franquias, pluralidade e respeito são palavras-chave para as marcas que desejam inovar e crescer.
Quer fazer parte de um time de mulheres que realizam e empreendem? Seja uma franqueada Delivery Much!