Pesquisa:‌ ‌delivery‌ ‌online no‌ ‌Brasil‌ ‌em 2020‌ ‌

Pesquisa‌ ‌números‌ ‌do‌ ‌delivery‌ ‌online‌ ‌no‌ ‌Brasil‌ ‌em‌ ‌2020‌ ‌

Capitais e interior do Brasil lideram o crescimento do delivery online em 2020 e têm projeções otimistas para 2021. 


Uma pesquisa recente realizada pela Delivery Much, com consumidores de delivery online, entre os dias 15 e 22 de janeiro, apontou que o uso do serviço não apenas registrou crescimento em 2020, como se consolidou como um importante canal de vendas para lojistas em todo o mundo. 

O estudo com entrevistados de 15 estados brasileiros também mostrou que o delivery ganha terreno no interior do país. Corroborando com a pesquisa da Delivery Much, o site Statista destaca um crescimento de quase 2% na penetração do serviço em todo o país, que chegou a 13%, no fim de 2020. 

Contudo ainda há um enorme espaço , que abre muitas oportunidades para o setor e deixa clientes esperançosos à ampliação do serviço. É o caso da jornalista Andriele Pereira, moradora de Balneário Barra do Sul, no litoral catarinense, onde ainda não há oferta do serviço. 

Embora a profissional destaque ser consumidora de delivery online, utiliza o serviço apenas quando viaja a locais que o possuem. Devido a isso, ela faz parte do grupo de 6,3% dos entrevistados que não fizeram nenhum pedido de delivery nos últimos 90 dias. 

Deste recorte, a falta do serviço em cidades ou em bairros é responsável por 8% das respostas; dar preferência para cozinhar, por 44%; preferir consumir no restaurante, por 28%, custos do delivery, 24% e a taxa de entrega, 20%. 

Por outro lado, 93,7% dos entrevistados afirmam ter feito ao menos um pedido nos últimos 90 dias. Deste total, 94% preferem fazer o pedido via apps de delivery, 54% Whatsapp, 25% ligação telefônica, 24% por meio de sites, 9% Instagram e 1% Facebook. 

Guilherme Fabri, analista digital e um dos entrevistados da pesquisa, destaca que dá preferência para o app devido a segurança, variedade e a facilidade oferecida. 

“Pelo app é mais rápido, mais cômodo fazer o pedido. Você vai direto ao ponto, além disso, o trackeamento do status do pedido é ótimo. Imagina ter que ficar falando com alguém toda hora pelo whats para saber como está o pedido, é impossível, aí prefiro fazer em casa”, finaliza.

O delivery online no Brasil, segundo os consumidores

Sábado (64%), Sexta (62%) e Domingo (30%) são os dias preferidos pelos usuários para pedir delivery. 

Para Fabri, sexta-feira é um dia que acumula o cansaço da semana e o delivery se torna um caminho natural para comer algo diferente e ainda poder curtir com tranquilidade o início do final de semana.

Seguindo esta lógica, o jantar (18h às 00h) é o horário com maior volume. 96% dos entrevistados dizem fazer um pedido neste horário, na sequência o almoço (11h às 14h), com 27%, vem ganhando protagonismo no setor. Já os horários da tarde, das 14h às 18h, e da madrugada (00h às 06h) aparecem com 10% e 5% respectivamente. 

Os dados são corroborados por uma pesquisa do Instituto Locomotiva ao apontar em estudo que o número de pessoas propensas a pedir delivery no almoço subiu de 10% para 17%, em 2020.

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Interior do Brasil: um campo aberto ao delivery

O interior do Brasil, considerando o recorte populacional abaixo de 300 mil, é composto por 5.475 municípios, com uma população total de cerca de 125 milhões de habitantes. Tendo Taboão da Serra (SP), com 293 mil habitantes como a cidade mais populosa, e Serra da Saudade (MG) com 776 moradores como o menor do país. 

Juntos, estes municípios foram responsáveis por cerca de 60% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020 e quando o assunto é delivery online muitas destas cidades não possuem o serviço ou têm de forma precarizada. 

O UX designer Francisco França Júnior, reside em Imbituba, litoral catarinense, onde o serviço é precário e não chega ao seu bairro. A realidade de França é compartilhada por pelo menos 94% das cidades do interior do Brasil.

Gustavo Henrique Maronez, morador de Santa Rosa, RS, não passa pelo problema, para o usuário o delivery online é uma facilidade que não abre mão. 

Nas que já contam com o serviço estruturado, apenas 7,5% dos brasileiros declaram não usar o serviço. Entre os motivos da negativa estão o prazer de cozinhar em casa e a preferência por ir ao local (restaurante, supermercado, farmácia, etc).   

Na outra ponta, dos 92,5% que utilizam o serviço, a preferência está em pedir em aplicativos especializados (91%), tendo o Whatsapp em segundo lugar com (64%), seguido por ligações telefônicas (19%), Sites (17%), Instagram (13,5%) e, por fim, o Facebook, com 3%. 

Ao compararmos os dados do interior com os de capitais, percebemos uma mudança de comportamento a partir da terceira posição. Nas capitais, os sites ganham protagonismo (gráfico abaixo). 

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O app mais utilizados no interior

Segundo os usuários, embora com penetração ainda pequena, há pelo menos 30 aplicativos de delivery atuando no interior do país. O mais utilizado é a Delivery Much, que detém a preferência de 63% dos clientes. 

O psicólogo Gustavo Henrique Maronez destaca preferir o app, pois além de ter sido o pioneiro em Santa Rosa, em um único lugar é possível encontrar a maioria das lojas da cidade para fazer o pedido de forma simples e rápida. 

A facilidade encontrada por Maronez é fator primordial para 72% dos usuários, que dizem aderir aos apps de delivery, principalmente, pela praticidade. 

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O delivery no interior do Brasil

De acordo com o estudo, assim como o recorte nacional, o jantar é o principal horário de pedidos. O horário tem preferência, segundo Maronez, pelo cansaço acumulado do dia, que muitas vezes inibe a ideia de cozinhar.

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Capitais e regiões metropolitanas: crescimento e oportunidades 

Nas capitais e regiões metropolitanas o delivery é um serviço mais comum, algumas cidades registram uma cobertura próxima a 60%, contudo mesmo com o grande número de aplicativos operando nestas localidades, muitas áreas ainda não são cobertas. 

Em Florianópolis, capital catarinense, bairros mais ao sul da ilha e mesmo na região leste, que incorpora bairros famosos como Lagoa da Conceição e Barra da Lagoa, a cobertura é precária. 

Em outras cidades, como São Paulo, durante a pandemia, as regiões periféricas, isoladas pelos apps, buscaram soluções próprias, a partir do whatsapp e aplicativos próprios para a periferia. 

Com base nos dados da pesquisa, 6% dos moradores das capitais não fizeram nenhum pedido nos últimos 3 meses. Deste total, 45% dizem preferir cozinhar, 36% não o fazem por problemas de acesso ao delivery e 19% por considerarem os custos do serviço muito alto. 

Nas regiões metropolitanas, a incidência de entrevistados que não acessam o recurso é de 4,5%. Sendo que a falta de cobertura é um problema para 50% dos entrevistados e a preferência por cozinhar é o motivo dos outros 50% que declaram não pedir delivery.

Para os 94% (capitais) que fizeram ao menos um pedido em delivery nos últimos 90 dias, assim como no recorte nacional e no interior, a maior parcela de pessoas usuárias é de mulheres (60%).

A partir dos cruzamentos de dados, a maioria destas clientes, em capitais, têm uma renda acima de 4 salários. 60% apontam ganhar um valor superior a R$ 5 mil. Em relação à escolaridade, 62% dizem ter concluído o ensino superior e 48% a pós-graduação.

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Como as pessoas usuárias pedem delivery

Segundo dados da pesquisa existem ao menos 20 apps de delivery atuando em todo o Brasil. Alguns, como a Delivery Much com foco exclusivo no interior e outros com foco em capitais e grandes centros. 

Nestas regiões (capitais e grandes centros), a pesquisa identificou 6 principais apps e pelo menos mais 5 periféricos, que atendem em uma cidade ou outra, de forma pontual. 

Nas regiões metropolitanas (RM), os apps representam 95% da preferência do usuário ao pedir delivery, tendo o Whatsapp com 60% em segundo lugar. Nas capitais, os apps se mantém em primeiro com 96 pontos percentuais e o whatsapp, se mantém em segundo, com 45%. 

No comparativo entre as regiões, assim como os dados nacionais e do interior, a indicação de amigos é o principal canal de entrada de clientes. As capitais registram 55% e as RM 51%. 

O comportamento também se equipara na motivação de pedir delivery. A facilidade e a economia de tempo são fatores que levam as pessoas usuárias a pedir delivery. O mesmo comportamento se repete nos dias e horários com maior intensidade de pedidos.

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Método de pagamento

O método de pagamento é um dos fatores que vem mudando com maior intensidade nos últimos anos. O dinheiro físico é um elemento que passa a ser contestado e, há, até mesmo um Projeto de Lei (PL) que propõe o fim de moedas e cédulas no Brasil em até 5 anos. 

Ao encontro dessa mudança, o surgimento do PIX promete mudar a forma de pagamento em um médio prazo. Além disso, apps especializados em pagamento e mesmo os apps de delivery e e-commerce constroem uma cultura de pagamento online.

O modelo é a opção de 40% dos entrevistados, a nível Brasil, na hora de pagar o delivery. Nas capitais, esse número sobe para 49%, na RM é ainda maior, ultrapassando 53% e no interior 25%. 

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Maturidade Digital: como os clientes acima de 50 anos pedem delivery

Durante muito tempo a tecnologia foi entendida como um local dos jovens. As novas gerações dominavam e moldavam as relações tecnológicas. Mas, como regra de vida, todos envelhecemos, e a geração pioneira da internet, primeiro como um meio de trabalho e depois como um estilo de vida ultrapassou os 50 anos. 

No Brasil, a internet deu seus primeiros passos em 1988, ou seja, uma parcela da geração X, passou boa parte da sua vida profissional lado a lado com a tecnologia e a utilizam tão bem quanto qualquer millennial – geração que em 10 anos chegará aos 50.

Segundo dados da pesquisa 50+: novos tempos, novos hábitos, as gerações acima dos 50 anos estão cada vez mais maduras digitalmente e veem nas soluções tecnológicas caminhos para trabalhar, construir negócios e novas relações. 

No delivery não é diferente, embora essa população represente apenas 6% dos entrevistados, 70% deles dizem pedir delivery, tendo como maior média entre 3 a 5 pedidos por mês. Se comparado com a população entre 20 e 29 anos, que mais consome delivery, o índice é 6% maior.

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Na relação de uso de apps, as pessoas usuárias, acima de 50 anos, também se destacam no uso de apps de compras online, serviços financeiros e redes sociais. 

Para o delivery, esta parcela da população dá preferência para o app na hora de pedir. 43% fazem o pedido pelos aplicativos, enquanto 34% dão preferência ao WhatsApp, 30% para o telefone e 13% ao facebook. O único canal que destoa nos traços comportamentais é o uso dos sites, com apenas 13%. 

Para a professora Isabela Vieira Soares, o uso do aplicativo é o caminho mais natural, pois traz mais praticidade e rapidez em todo o processo. A também professora Eliane Salete Pul destaca que ao pedir delivery também busca optar pelo app. Ela diz preferir o whatsapp apenas quando já conhece o restaurante há muito tempo. 

Na relação de dias e horários para fazer pedidos, as entrevistadas, seguem o comportamento padrão observado no recorte nacional. Isabela, comenta que sexta-feira e sábado é de praxe pedir delivery. “Cansada da semana, melhor pedir do que fazer”, completa ela. 

Eliane segue o mesmo caminho. Ela diz que opta pelos finais de semana devido ao cansaço da semana, para provar novos sabores e prefere fazer os pedidos no jantar pela tranquilidade. “Posso comer sem preocupações com compromissos”.

Por fim …

Ao criarmos essa pesquisa tínhamos dois objetivos principais.

1 → Entender qual era o entendimento dos clientes de delivery online sobre o serviço

2 → Validar outras pesquisas de mercado e comparar com os nossos números

O que podemos concluir é que há um padrão de consumo de delivery online e ainda muito espaço de crescimento, mesmo após uma aceleração do modelo em 2020.

Aceleração que reforça a necessidade de entender o comportamento de cada usuário. Indiferente do que você vende, ter informações sobre como seu cliente compra, que hora ele compra, quanto gasta e como gasta são importantes armas de venda. 

Um exemplo sintomático comprovado na pesquisa está nas promoções mais atrativas. Colocamos de propósito duas opções relacionadas a cupons. Na análise o cupom com valor em reais, em todos os estratos teve o dobro ou mais de votos. Vinicius Dambros, CMO da Delivery Much, reflete sobre esta relação: “o desconto em R$ é preferido pelos usuários porque é mais fácil perceber o valor atribuído. Quando usamos %, o consumidor precisa realizar o cálculo para identificar quanto o desconto representará, é um passo a mais na jornada de decisão dele”. 

Logo, para finalizar, invista em soluções que te ajudem a entender seu consumidor em todas as etapas da jornada de compra, independentemente se você trabalha com delivery online ou não.


Infográficos criados por William Schoenau

 

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