Brasil food trends 2020: o futuro da alimentação

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Divulgado pela Fiesp, o relatório Brasil Food Trends 2020 mostra como o comportamento do consumidor vai mudar a forma como você vende e se relaciona com seus clientes.


Hoje, lidamos com clientes exigentes e cada dia mais críticos não apenas em relação ao produto final, mas também a todos os processos relacionados à geração de alimentos

A partir disso, para se manter competitivo no mercado, é preciso estar atento às tendências do setor de alimentação e aos desafios gerados pelas mudanças. Por isso, trouxemos abaixo alguns dos principais tópicos divulgados no estudo Brasil Food Trends 2020, coordenado pela FIESP

Neste artigo você vai encontrar tendências que já se concretizaram ao longo das últimas décadas, assim como outras que se mostram cada vez mais fortes para os próximos anos. Confira.


MENU DE NAVEGAÇÃO

1 → O que influencia o consumo de alimentos?
2 → Tendências de alimentação para 2020
3 → O consumo de alimentos no Brasil
4 → Os caminhos da inovação no mercado de food
5 → Imersão tecnológica


1 → O que influencia o consumo de alimentos?

Vários fatores influenciam o consumo de alimentos e suas mudanças de padrão. Abaixo vamos ver os principais deles:

População

O aumento populacional é um fator importante. O número de pessoas no planeta vem crescendo consideravelmente: de acordo com a ONU, a população mundial cresceu 170,01% entre 1950 e 2009, período em que Brasil apresentou um aumento relativo de 2,19% ao ano.

Mais de 10 anos depois, os números são ainda mais expressivos, influenciando não apenas o cenário econômico e produtivo mundial como também os hábitos de consumo alimentar dos brasileiros.

Urbanização

O aumento da migração de indivíduos do campo para a cidade não influencia apenas as mudanças do cenário urbano. Quando deixam de produzir para o próprio sustento, essas pessoas passam a incorporar a economia de mercado e elevam a demanda por alimentos processados ou industrializados. 

No Brasil, o êxodo rural começou antes de 1950, tornando o crescimento populacional rural negativo já a partir de 1970. No mundo, é estimado que em 2020 se inicie uma queda absoluta do número de pessoas vivendo no meio rural, chegando, em 2050, a níveis observados na primeira metade da década de 1980. Com o crescimento da população urbana superior ao da rural, aumenta a pressão em relação à demanda futura por alimentos. 

Estrutura etária e familiar

A expectativa de vida da população mundial deve atingir os 70 anos em 2020. O envelhecimento populacional é uma tendência seguida pelos brasileiros, fato que altera o perfil das necessidades nutricionais dos produtos produzidos e consumidos no país.

Somado a isso, a proporção de casais sem filhos/com poucos filhos aumenta a cada ano, estreitando a base da pirâmide populacional.

Renda

A renda do brasileiro, bem como a economia do país, tem influência direta sobre os hábitos de consumo, interferindo quantitativa e qualitativamente na demanda por alimentos.

Quando há o aumento da renda, além do aumento da quantidade de alimentos consumida em um primeiro momento, também ocorre uma melhor seleção em termos qualitativos em um segundo momento.

Questões estruturais internas, como o encurtamento das distâncias entre quem tem mais e menos renda, também interferem em padrões e exigências dos consumidores, levando a um ambiente socialmente mais igualitário.

A política fiscal brasileira também deve ser lembrada. O Brasil é um dos países que mais tributam alimentos no mundo, o que gera efeitos desiguais para as diferentes faixas de renda com impactos mais significativos entre os mais pobres. 

Educação, informação e intercâmbio cultural

Melhores níveis de escolaridade e maior acesso à informação e à cultura podem influenciar uma mudança qualitativa no consumo de alimentos.

Índices elevados sugerem que os indivíduos consigam determinar os produtos alimentícios mais adequados para o seu consumo. A internet tem um papel importante neste ponto: ela oferece um ambiente democrático, difundido entre grande parte da população brasileira, onde o conhecimento pode ser acessado com baixo custo. 

O aumento do setor de turismo e do fluxo de viagens internacionais também podem influenciar as preferências dos consumidores no dia a dia. 

2 → Tendências de alimentação para 2020

Para João Baptista, coordenador da comissão de food service da ABF – Associação Brasileira de Franchising – é perceptível no mercado o surgimento de redes especializadas em alimentos saudáveis e também a busca por alimentos que incrementem as ofertas de alimentos naturais e vegetarianos.

Esse fator, segundo Baptista, abre às empresas, especialmente, às franquias oportunidades para buscar novos fornecedores e desenvolver novas receitas, “como trabalhar sua comunicação e até proposta de marca para este novo momento que tende a ganhar ainda mais força nos próximos anos.”, reforça.

Neste contexto, segundo o Brasil food trends 2020, os principais caminhos são:

Sensorialidade e prazer

Não é só sobre comer bem, é sobre ter uma experiência diferenciada.

Cada vez mais os clientes buscam opções que explorem a descoberta de sabores e texturas e que estimulem sensações além da simples saciedade.

Prova dessa tendência são os inúmeros negócios gourmet, premium, delicatessen e outros nichos de alto valor agregado que surgiram no mercado nos últimos anos.

Essas iniciativas cresceram e ocuparam o seu espaço, investindo em inovação e transformando a relação dos clientes com a comida.

Saudabilidade e bem-estar

Ter uma expectativa de vida mais longa significa olhar com atenção para a saúde e para a alimentação. O mesmo vale para quem investe em uma rotina voltada ao bem-estar, independentemente da idade. Fatores como estes contribuem para que a busca por alimentos saudáveis e ao mesmo tempo saborosos seja cada vez maior.

Essa mudança de comportamento aqueceu o mercado de alimentação saudável e funcional nos últimos anos. As lojas de alimentos naturais, orgânicos e de suplementação alimentar se espalharam por todo o país nos últimos anos, a fim de suprir as necessidades dos variados nichos de consumidores ligados à tendência.

Conveniência e praticidade

O aumento da urbanização trouxe mudanças importantes para o ritmo de vida de indivíduos no mundo todo. A falta de tempo para preparar o seu próprio alimento e a necessidade de contar com opções rápidas fazem com que essa tendência seja cada vez mais forte.

Soluções que ajudam na economia de tempo e esforço dos consumidores têm espaço garantido no mercado. Refeições para viagem ou de preparo fácil, pratos prontos e porções individuais são algumas das opções mais conhecidas e buscadas, além, é claro, dos serviços de delivery de comida, que se baseiam na tecnologia e na conveniência para conectar restaurantes e clientes.


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Confiabilidade e qualidade

O aumento da consciência dos consumidores em relação aos alimentos que consomem vem se mostrando cada vez mais expressivo. A exigência de selos de qualidade e garantia de origem, assim como as boas práticas de fabricação e a rotulagem informativa, são provas disso.

Com diversas opções disponíveis no mercado, critérios como transparência e credibilidade podem ser decisivos na escolha entre uma marca ou outra e na fidelização dos clientes.

Sustentabilidade e ética

Aqui a preocupação vai além da qualidade: os consumidores buscam empresas que cuidem do meio ambiente, respeitem seus colaboradores, não realizem testes em animais e tenham uma cadeia de produção responsável.

Este item também inclui a preocupação com o uso de embalagens recicláveis, a redução do uso de agrotóxicos e a iniciativa de ações de preservação ambiental.

Para Baptista, é um momento de transição e deve estar na agenda dos empresários do setor, pois a tendência é crescer ainda mais nos próximos anos.

3 → O consumo de alimentos no Brasil

Das tendências apresentadas no item anterior, as que mais se destacam no Brasil com participação equilibrada são:

Conveniência e Praticidade: 34% da população, das classes A, B e C. A falta de tempo para cuidar da alimentação e a praticidade da alimentação industrializada são fortes aliados para esses consumidores.

Confiabilidade e Qualidade: 23% da população, presentes principalmente na classe C. Essa tendência é determinante para escolhas e fidelização de consumidores.

Sensorialidade e Prazer: 22% do mercado, em todas as classes. Os consumidores desse grupo são mais impulsivos e guiados pelo prazer que a comida pode proporcionar. É um perfil que opta pelo alimento mais “gostoso” em detrimento do mais “saudável”.

Além delas, uma 4ª tendência resultante da fusão entre as duas restantes foi identificada: Saudabilidade e Bem-estar e Sustentabilidade e Ética. No Brasil elas ainda não estão plenamente consolidadas individualmente. Juntas representam, aproximadamente, 21% do mercado consumidor de alimentos, em especial na classe C. A busca principal desse perfil é por alimentos que tragam algum benefício à saúde e apresentem selos de qualidade.

4 → Os caminhos da inovação no mercado de food

Com consumidores mais exigentes, que buscam diversos benefícios a preços acessíveis, o mercado de alimentos tende a ser mais desafiador em 2020.

Além de investir em produtos voltados às 5 tendências que abordamos aqui, as empresas também precisam inovar. 

Nesse sentido, investir em embalagens é uma estratégia importante. Elas têm um papel vital no mercado de alimentos e bebidas não só para a conservação dos alimentos, como também na comunicação com o consumidor. A inovação aplicada às embalagens pode determinar onde e quanto o alimento pode ser consumido.

  • Embalagens influenciam na compra por impulso.
  • Elas diferenciam um produto das demais opções nas prateleiras dos supermercados.
  • Permitem revitalizar a marca sem a necessidade de alterar o produto.
  • Embalagens comemorativas e para datas especiais representam uma oportunidade de aumentar vendas.
  • A elaboração de embalagens pensadas em um público específico ajudam a atingi-lo com mais facilidade.
  • A embalagem pode funcionar como ferramenta de saudabilidade, ajudando os consumidores a escolherem opções mais saudáveis.
  • A praticidade e a conveniência devem estar presentes tanto no sentido de transporte e armazenamento do produto quanto do preparo e consumo.
  • A tecnologia empregada às embalagens também permitem a conservação do alimento por mais tempo.
  • A sustentabilidade da embalagem também é um ponto essencial, e deve ser pensada tanto do ponto de vista da reciclagem quanto do uso de matéria-prima segura e da fabricação com tecnologias limpas.

Temos uma demanda grande por mais sustentabilidade, mas ainda são poucos os fornecedores disponíveis e com baixa escala. Neste sentido, creio que o mercado deva se unir e buscar este ajuste fino, que é possível com o auxílio da tecnologia e o aumento da procura/oferta.

João Baptista, coordenador da comissão de food service da ABF

5 → Imersão tecnológica

A tecnologia no setor de alimentação não se relaciona apenas a soluções como o delivery, por exemplo. Ela também está presente em processos ligados aos produtos em si, que mantém ou melhoram os aspectos sensoriais do alimento, seu valor nutricional, o baixo valor energético, a destruição de microrganismos patogênicos e deteriorantes, entre outros tópicos citados nas 5 tendências.

Os métodos mais antigos de preservação e processamento de alimentos baseiam-se em secagem, enlatamento, preservação química e refrigeração ou congelamento, sendo amplamente utilizados na indústria de alimentos atualmente.

Além disso, o crescimento de mercados voltados à saudabilidade (como de alimentos minimamente processados, sem aditivos e com maior tempo de vida útil) exige o desenvolvimento de novas tecnologias que conservem o alimento sem alterar suas propriedades.

Algumas das novas tecnologias ligadas ao setor de alimentos são:

  • Ultrassom;
  • Radiação Ultravioleta;
  • Radiofrequência;
  • Microondas;
  • Pulso Elétrico;
  • Irradiação;
  • Aquecimento Ôhmico;
  • Alta Pressão;
  • Secagem Supercrítica;
  • Separação por Membranas;
  • Automação e Controle de Processos.

As novas tecnologias também podem interferir na percepção dos consumidores quanto à qualidade ou segurança dos alimentos, o que varia de acordo com os diferentes perfis.

Enquanto alguns enxergam atributos, outros são céticos e creem que saudabilidade e sustentabilidade estão ligados ao mínimo de processamento possível. Já outros acreditam que as novas tecnologias podem reduzir riscos ou fornecer benefícios que não estavam disponíveis anteriormente.

As inovações tecnológicas, portanto, contribuem significativamente para o desenvolvimento de produtos adequados aos cinco grupos de tendências. 

O delivery e a demanda por novas formas de atendimento já não podem ser consideradas uma onda ou moda, mas sim uma demanda crescente que tem se tornado cada vez mais profunda. Logo, sim, as redes devem se adaptar a este novo modelo o mais breve possível. Neste sentido, é importante ressaltar que não há uma fórmula única. Cada marca deve avaliar sua situação específica e desenhar a melhor solução de acordo com sua realidade e perfil d

João Baptista, coordenador da comissão de food service da ABF

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