Saber o caminho que um alimento percorre até chegar à mesa do consumidor é um diferencial importante e necessário para oferecer segurança e confiabilidade ao seu cliente
“De onde vem o alimento que eu consumo?”
Até pouco tempo atrás, essa não era uma preocupação muito comum. No entanto, com um mercado cada vez mais competitivo e com consumidores mais exigentes, a rastreabilidade de produtos passou a fazer parte das cadeias produtivas.
Mas é preciso entender que a rastreabilidade de alimentos vai muito além de um código de identificação de um produto. É por meio dela que é possível determinar todo o caminho da mercadoria em sua cadeia produtiva, tornando o processo mais transparente.
Assim, é possível certificar a origem do alimento, garantir que o produto final possa ser consumido de forma segura e sem representar riscos à saúde, além de possibilitar a tomada de providências rápidas caso adulterações sejam encontradas em lotes específicos.
Confira abaixo a importância de implantar esse recurso no seu negócio, o que diz a legislação e como você pode começar a estruturar a rastreabilidade no seu negócio.
MENU DE NAVEGAÇÃO
1 → A importância da rastreabilidade de alimentos
2 → Benefícios da rastreabilidade
3 → Vantagens competitivas da rastreabilidade
4 → O que diz a lei brasileira
5 → Como começar
1 → A importância da rastreabilidade de alimentos
O recurso de rastreio de alimentos surgiu da necessidade de saber a localização de um produto, independentemente do estágio em que ele se encontra na cadeia produtiva.
Sendo assim, por meio do código gerado para cada lote, é possível tanto recuperar o histórico de um alimento quanto determinar a sua localização atual. Esteja ele no estágio de produção, processamento ou distribuição.
Na prática, a rastreabilidade de alimentos pode ser usada para garantir a procedência e a qualidade dos produtos oferecidos para o cliente final, assim como para agilizar processos de recolhimento (recall) e correção de problemas identificados em algum ponto da cadeia produtiva (como de produtos adulterados ou contaminados, por exemplo).
Por isso, estar preparado para dar respostas rápidas e solucionar incidentes vai muito além da imagem de uma empresa: faz parte do compromisso com o bem-estar do consumidor.
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2 → Benefícios da rastreabilidade
- Fortalece o relacionamento com os fornecedores: quando o fornecimento de produtos é feito de forma transparente, a relação com os fornecedores também tem muito a ganhar.
- Garante mais qualidade e segurança: a possibilidade de rastreamento garante a procedência de um alimento e agiliza processos de recall de lotes impróprios para consumo.
- Beneficia o produtor: dependendo da trajetória de um alimento, o consumidor final dificilmente terá contato com quem o produziu. A rastreabilidade também é uma forma de valorizar quem está no início da cadeia e valoriza processos de produção sustentáveis.
- Atende ao Código de Defesa do Consumidor: é direito do consumidor receber informações básicas e claras sobre os produtos para que tenha poder de escolha sobre aquilo que irá adquirir.
- Mais informações para os consumidores: eles querem conhecer o caminho percorrido pelo alimento até chegar à sua mesa e valorizam as empresas transparentes em relação a isso.
3 → Vantagens competitivas da rastreabilidade
Permite uma gestão melhor do seu estoque
A partir do momento em que você tem controle de onde cada produto está, é possível fazer um gerenciamento muito mais eficiente do seu estoque, agilizando processos de envio e recebimento e preços de compra e venda.
Agrega valor ao produto final
Um alimento com origem certificada pode assumir esse posicionamento e se diferenciar perante seus concorrentes.
Conexão do consumidor com a empresa
A transparência é um ponto positivo na relação dos consumidores com a empresa, já que aumenta a confiabilidade e as chances de retenção.
Aproxima a empresa dos nichos
Alimentos de qualidade certificada e produzidos em uma cadeia responsável tem grandes chances de aceitação em nichos específicos de consumidores, como aqueles que pautam suas decisões de compra em tendências como saudabilidade e sustentabilidade.
4 → O que diz a lei brasileira
No Brasil, o setor gestor que regulamenta e aplica os padrões globais de identificação de produtos é a Associação Brasileira de Automação. As normas referentes à rastreabilidade no setor alimentício são as seguintes:
RDC nº 24 de 08 de junho de 2015
Referente aos os critérios e procedimentos para o recolhimento de alimentos (recall). A norma é destinada às empresas que realizam desde a produção e industrialização até a importação e comercialização de alimentos.
INC nº 02 de 07 de fevereiro de 2018
Refere-se à obrigatoriedade de rastrear vegetais frescos destinados à alimentação humana por toda a cadeia produtiva em território nacional. O objetivo é monitorar o uso de agrotóxicos.
IN nº 51 de 1º de outubro de 2018 do MAPA:
Referente à rastreabilidade dos animais e de seus produtos, a fim de garantir ao consumidor o conhecimento de todo o processo envolvido desde a criação do animal até seus derivados disponíveis em supermercados.
5 → Como começar
A implementação de um sistema de rastreabilidade demanda o uso de softwares especializados ou planilhas eletrônicas para o controle de informações.
Para realizar o controle, é necessário descrever detalhadamente cada alimento rastreável, desde o que a empresa recebe até o que ela produz e despacha.
Confira o que deve constar em cada etapa:
Matéria-prima
Deve constar a data do recebimento, a quantidade, o lote e a origem. No momento do recebimento, se forem percebidas não conformidades no produto (como variação de cor, danos na embalagem o temperatura fora da estabelecida) elas devem ser incluídas no registro.
Produção
Nessa etapa é feito o registro do histórico da produção da empresa para cada produto. Ele deve incluir a data de produção, o lote, a quantidade produzida, as matérias-primas utilizadas e os problemas que podem ter acontecido no processo.
Destino
Na última etapa, devem constar informações sobre quais produtos foram vendidos, quem comprou, quanto comprou, além dos números dos lotes. Também é importante registrar o CNPJ do comprador, bem como seus dados de contato.
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